“Eu preciso ficar perto do paciente e não de um computador”.
É o que boa parte dos médicos e outros profissionais da saúde dizem quando expostos a um sistema de registro eletrônico em Saúde (RES). Afinal, se o foco é o paciente, por que passam boa parte de seu tempo diante de uma tela de computador? Na essência, a pergunta tem sentido. Mas, na prática, é o que realmente acontece: os médicos passam mais tempo perto do computador do que dos pacientes?
Um estudo norte-americano recém publicado em importante revista especializada¹ parece esclarecer, pelo menos em parte, esta questão. Os pesquisadores analisaram o trabalho de médicos residentes e de médicos assistentes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de um hospital terciário antes e depois da implantação de um RES. O estudo transcorreu entre 2006 e 2008.
De fato, os médicos, sobretudo os residentes, gastaram quase o dobro do tempo para revisar e anotar dados clínicos no computador, enquanto os assistentes gastaram mais tempo para gerenciamento de ordens. Contudo, tanto o tempo de registro de dados administrativos e burocráticos quanto o usado para buscar informações foram reduzidos substancialmente, uma vez que as informações tornaram-se legíveis, estruturadas e de fácil acesso (em um único local). E o mais importante: o uso do RES não afetou o tempo dedicado aos pacientes, aos familiares e às equipes multiprofissionais.
O estudo conclui que, ainda que tenha exigido maior atenção por parte da equipe médica, o RES aumentou a eficiência da equipe sem distanciá-la do paciente.
Fica a pergunta: se bons resultados como estes foram alcançados com uma tecnologia distante quase uma década de nós, o que não poderia fazer um sistema desenhado nos dias de hoje, dedicado às necessidades clínicas e que auxilie na tomada de decisão?
E fica a certeza: a tecnologia, irremediavelmente, posicionou-se entre o médico e o paciente. Seu único fim: ajudar.
¹ Carayon P, Wetterneck TB, et al. Impact of electronic health record technology on the work and workflow of physicians in the intensive care unit. Int J Med Inform. 2015 Aug; 84(8):578-94.
31/08/2015 às 15:45
“E fica a certeza: a tecnologia, irremediavelmente, posicionou-se entre o médico e o paciente. Seu único fim: ajudar.
“. Eu, como sou proprietário de um blog de tecnologia enalteço essa frase, sempre serei a favor dela, na função de auxiliar as pessoas com seus problemas, otimizando da melhor maneira o trabalho, não para substituí-lo, para ajudar mesmo!
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09/09/2015 às 23:47
Comentários muito pertinentes, está na hora de usar o RES para aproximar os pacientes e profissionais, melhorar o cuidado, a segurança e permitir a troca de informações de maneira natural. Chega de sistemas para “billing”!
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10/09/2015 às 10:45
Bom dia Vladimir! Sim, concordamos totalmente com a sua visão. O uso de sistemas ineficientes e que não atendem a realidade do médico não faz sentido. Vamos buscar a eficiência e experiência de uso! Grande abraço.
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