O empreendedorismo está em alta no Brasil. Uma recente pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (em parceria com a Sebrae e Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Brasil) conclui que nada menos de 34,5% dos brasileiros ativos no mercado de trabalho têm o seu próprio negócio. O número é significativo e apresenta um aumento quando comparado com a taxa de 23% reportada em 2004. A taxa é alta, mesmo quando comparada com o índice em outros países como a China e os EUA (~16,5 e 19,5%, respectivamente).
Porém, empreender não significa, necessariamente, inovar. Uma grande parcela dos empreendimentos no país não traz nada de novo ou inovador, e se resume a modelos de negócios já conhecidos e estabelecidos no contexto da economia. Há alguns fatores que contribuem para essa falta de inovação, entre eles: a falta de preparo do empreendedor, o medo de assumir risco, o despreparo total do governo em promover a inovação, etc. A ausência de recursos públicos para a promoção de inovação também traz prejuízo na forma da consequência mais preocupante: nem mesmo as grandes empresas multinacionais (e já estabelecidas no país há muito tempo) investem a proporção ideal de seu faturamento em Pesquisa e Desenvolvimento.
Eis o panorama atual de P&D entre grandes empresas no Brasil:
A Harvard Business Review elenca 3 fatores que são determinantes para explicar o baixo investimento em P&D no país:
- gestão com base no curto prazo;
- falta de mão de obra qualificada;
- falta de incentivos para aumentar as pesquisas em quantidade e em qualidade.
O brasileiro empreendedor, por si só, já deve ser considerado um herói. No Brasil, pouco se faz para promover o sucesso do empreendedorismo; na verdade, muito se faz (e se cobra) para garantir exatamente o oposto: a dificuldade de montar e gerenciar o próprio negócio. Aínda temos um longo caminho a percorrer nesse sentido
Por outro lado, os que resistirem à burocracia e aos desafios inerentes ao empreendedorismo no Brasil conseguirão se posicionar de forma diferenciada no mercado e assim oferecer um maior valor agregado ao consumidor final. Isso torna-se muito importante em setores onde o impacto da inovação pode ser disruptivo a ponto de trazer uma nova forma de trabalhar, se comunicar, entre outros.
O mercado de software para a saúde certamente é um destes setores. Apesar de existirem inúmeros programas que (supostamente) atendem às necessidades de médicos e de outros profissionais, poucos se destacam pela inovação, e o que se vê na maioria dos casos é “mais do mesmo”. Aínda há bastante espaço para a inovação no setor visando melhorar a comunicação e a produtividade, tendo como o objetivo final a melhoria da qualidade do cuidado ao paciente.
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