Opinião UTIL
Dr. André Hovnanian, MD, PhD, e Sócio na UTIL Healthcare
Desde que a primeira faísca, não por acaso, deu origem ao fogo pelas mãos de nossos ancestrais, a então escura caverna ganhou mais do que misteriosas sombras cambaleantes; sob efeito da luz, ela hospedou uma das mais sensíveis revoluções da História: o nascimento da tecnologia.
Desde então, esta poderosa máquina transformadora nunca deixou de funcionar. Movida pela vigorosa combinação entre ciência e conhecimento (da qual também faz parte recursivamente), a tecnologia segue influenciando ativa e diretamente os rumos de nossa História: domesticamos animais, controlamos técnicas de cultivo, construímos máquinas, vencemos a gravidade, desafiamos a morte.
Atingimos, portanto, a posição privilegiada de mais do que observar e analisar fenômenos – aprendemos a modificá-los. O campo científico é bastante ilustrativo: em menos de duas décadas, até 2013, transformamos uma quantidade incalculável de dados em mais de 33 milhões de artigos científicos que tiveram profundo impacto sobre todo tipo de fenômeno (natural, humano ou social), remodelando sua natureza. Ainda que tamanha enxurrada de conhecimento deva ser interpretada com cautela, é fato que a tecnologia esteve presente em todos os pontos dessa longa cadeia produtiva, até mesmo em assegurar a conexão e o trabalho cooperativo entre cientistas de diferentes partes do globo.
De onde emerge uma questão tanto ingênua quanto complexa: a tecnologia aproxima pessoas? Afinal, é inegável dizer que ela é (ou sempre foi) parte integrante e inseparável do nosso sistema social. Hoje, vivemos, a pleno vapor, a era da revolução digital, talvez a mais revolucionária de todas as revoluções. Seus impactos são grandiosos e tão extraordinários que, atualmente, quase metade da população mundial encontra-se separada tão somente por uma tela de variados tamanhos com luz (e vida?) própria. Logo: estamos mais próximos?
A tecnologia afastou-nos do escuro, revolucionando definitivamente todo o processo evolutivo humano. Trouxe-nos conquistas e desenvolvimento. E não cansa de modelar nossa geometria social. Mas a que custo? Sozinha, terá ela fôlego para sustentar sua própria revolução?
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